Há um fenômeno relevante na história humana ocorrendo atualmente, é o acelerado processo global de urbanização. Estudos elaborados pela ONU (2017) demonstram que, pela primeira vez, a humanidade está estabelecida em sua maior parte em centros urbanos. Aproximadamente 54,6% da população global, ou cerca de 3,6 bilhões de pessoas moram em cidades ao redor do mundo.
Projeções elaboradas pela ONU (2017) indicam que este percentual tende a crescer aceleradamente, chegando a 70% dos habitantes da Terra vivendo em cidades em 2050, o que representará mais de 6 bilhões de pessoas, de acordo com a população estimada para este ano. Nos países em desenvolvimento o índice de urbanização da população será próximo de 64,1%, enquanto que nas nações desenvolvidas haverá um percentual de cerca de 85,9%. Atualmente, de acordo com o World UrbanizationProspects: The 2014 Revision(ONU, 2014), altas taxas de urbanização já são encontradas na América do Norte (82%) e na ALC- América Latina/Caribe (80%).
Um fato recente neste contexto, apontado pela ONU, é que a complexidade das estruturas urbanas não é mais exclusividade das megalópoles, fazendo-se sentir também em centros urbanos menores. Esta dinâmica é decorrente da nova demografia, onde as taxas de crescimento populacional são maiores em pequenos e médios centros urbanos do que nos grandes centros (megalópoles). Outro ponto a se observar, neste sentido, é que, mormente em países em desenvolvimento, as cidades de porte médio possuem maiores taxas de incremento da população em relação às megalópoles e este é fenômeno recente neste âmbito.
De acordo com dados da ONU (2017), a segunda região mais urbanizada do mundo é a América Latina/Caribe (ALC), o que já foi exposto anteriormente, entretanto, o que se ressalta neste sentido é o crescimento acelerado desta urbanização na região. Em 1950, cerca de 42% da população da ALC estava concentrada em centros urbanos, índice que alcançou os 80% em 2014, havendo estimativas que, em 2050, este número se aproxime de 90% de sua população residindo em cidades.
De acordo com dados da ONU (2017), a segunda região mais urbanizada do mundo é a América Latina/Caribe (ALC), o que já foi exposto anteriormente, entretanto, o que se ressalta neste sentido é o crescimento acelerado desta urbanização na região. Em 1950, cerca de 42% da população da ALC estava concentrada em centros urbanos, índice que alcançou os 80% em 2014, havendo estimativas que, em 2050, este número se aproxime de 90% de sua população residindo em cidades.
É interessante observar a evolução da distribuição da população global com o passar das décadas, nota-se, além da crescente urbanização mundial, que há grande variação no incremento populacional, em função do porte das cidades. O percentual de pessoas residindo em cidades com menos de 300.000 habitantes evoluiu somente 31,07% entre 1950 e 2015. Nas cidades médias, esta variação chegou a 127,45% e nas cidades grandes alcançou 223,07%.
Todavia, nas megalópoles este percentual teve um incremento de 611,11%, ou seja, em 1950, apenas 0,9% das pessoas habitavam estas megacidades; enquanto que, em 2015, eram 6,4% da população global.
Já em 2030, apenas 12 anos até lá, cerca de 60% dos habitantes do planeta estarão vivendo em cidades, o que torna estes dados essenciais para planejamento urbano pelos governos e para empreendedores que queiram aproveitar as oportunidades que este imenso mercado proporcionará. As estimativas da ONU calculam em 8,5 bilhões de pessoas a população mundial em 2030.
Uma projeção que se destaca é, que em sua maioria (23%), a população urbana mundial estará residindo em cidades com menos de 300.000 habitantes. Aproximadamente 9,9% viverão em cidades de pequeno porte, com até 1 milhão de habitantes. As cidades médias, aquelas com população entre 1 e 5 milhões de pessoas abrigarão cerca de 13,4% da população total. Grandes cidades, compreendendo entre 5 e 10 milhões de pessoas terão aproximadamente 5,2% da população global em seus territórios.
As megacidades, com população acima de 10 milhões de habitantes, responderão por cerca de 8,6% do total de pessoas no planeta em 2030. De acordo com as projeções da ONU, em 2030 Tóquio (Japão) será a mais populosa cidade no mundo, com cerca de 37,2 milhões de habitantes. Em seguida apresenta-se Delhi(Índia), que contará com aproximadamente 36,1 milhões de moradores. Shangai (China) abrigará a terceira maior população mundial, perto de 30,8 milhões de pessoas.
Desperta a atenção o crescimento das megalópoles no continente africano. Lagos (Nigéria) tem uma população estimada em 24,2 milhões de habitantes em 2030; Kinshasa (Congo) tem a estimativa de 20 milhões de moradores; Luanda (Angola) tem sua população projetada para 10,4 milhões de pessoas. Cairo (Egito) será a maior cidade da África e do Oriente Médio, com cerca de 24,5 milhões de habitantes.
No Brasil, na passagem do séc. XIX para o séc. XX o país possuía cerca de 10% de sua população residindo em centros urbanos. Sua trajetória de urbanização foi tardia, acompanhando seu processo de industrialização. De acordo com Milton Santos (2008), um dos principais geógrafos brasileiros, o aumento da atividade industrial brasileira, a modernização das atividades do campo e a expansão do capital financeiro foram vetores desta urbanização. Ainda de acordo com Milton Santos (2008), somente a partir da década de 1930 o Estado investe, efetivamente, nas cidades brasileiras, dotando-as de infraestrutura e promovendo um cenário mais favorável à industrialização no país. Neste sentido, ainda, uma estratégia governamental essencial e decisiva na industrialização brasileira foi a substituição das importações.
A partir desta estratégia, fortaleceu-se a indústria nacional, especialmente voltada ao atendimento das demandas internas neste momento, favorecendo a urbanização do país. Observa-se que entre 1940 e 1970 houve uma inversão em relação ao perfil de residência da população brasileira, que passou, nesta década, a ser predominantemente urbana.
Algumas disparidades regionais podem ser apontadas neste âmbito, tais como o excepcional crescimento, no período compreendido entre 1940 e 2015, da taxa de urbanização da Região Centro Oeste (317,28%) em relação às demais regiões do país, cujo segundo maior incremento, obtido pela Região Nordeste, chegou a 212,33%.
Atualmente com uma população estimada pelo IBGE em 208.993.911 habitantes (2018), o Brasil tem uma população projetada para 2030 de 223.126.917 pessoas (ONU/IBGE), o que representa um aumento de 6,76% nos próximos 12 anos em relação à população atual. Deste total projetado, haverá aproximadamente 109.628.293 homens e ainda, cerca de 113.498.624 mulheres, representando 49,13% e 50,86% da população total, respectivamente. Este cenário nacional, ficará assim distribuído em 2030: