A PAIC 2016 – Pesquisa Anual da Indústria da Construção Civil, publicada em Junho de 2018 pelo IBGE, é uma fonte relevante de dados setoriais da Indústria da Construção Civil no país. É uma publicação essencial para o conhecimento estrutural do segmento e fundamental para o planejamento das empresas do setor, assim como para os diversos níveis governamentais.
Em 2016, de acordo com dados da pesquisa, o setor da construção no Brasil teve uma receita de R$ 318,689 bilhões. Nesta edição, demonstra-se que entre 2007 e 2016 houve uma queda de 11,27% no volume de obras de infraestrutura no Brasil. Sua participação na receita do setor também decaiu cerca de 45,64% para 31,12%.
Todavia, neste mesmo período, aumentou em 23,08% a participação da construção de edifícios na receita do segmento, aumentando de 34,40% em 2007 para 42,34% em 2016; os serviços especializados tiveram sua participação majorada em 30,92% entre 2007 e 2016.
Os gastos com pessoal ocupado na construção tiveram sua participação aumentada em 11,30% entre 2007 e 2016, evoluindo de 29,1% para 32,39% no período. As despesas com materiais de construção, todavia, tiveram redução de 13,07% entre 2007 e 2016.
O valor das obras e serviços do segmento da construção, atingiu R$ 299,1 bilhões, deste total, 31,12% são referentes a obras de infraestrutura e 42,34% relacionam-se à construção de edifícios. Os serviços especializados da construção participam com 20,44% deste total de receita, tendo obtido o maior aumento percentual entre 2007 e 2016, cerca de 70,39%; a construção de edifícios teve neste período o crescimento de 60,19%; enfatizando-se o declínio de 11,27% das obras de infraestrutura.
As empresas do setor de construção somavam 127.332 unidades em 2016, em 2007 eram somente 51.618, um crescimento de 146,68% em número de unidades ativas e constituem-se do seguinte modo:
Na composição das empresas do segmento em 2016, em um extremo, 54,07% delas possuem entre 1 e 4 pessoas atuando, contudo, representam apenas 8,31% de participação na receita do setor; no centro encontram-se 37,16% das empresas de construção, que ocupam entre 5 e 29 pessoas em suas atividades, detendo 19,65% do faturamento do setor; no outro extremo, totalizando 8,77% estão as empresas compostas de mais de 30 pessoas, que, entretanto, são responsáveis por 72,04% das receitas do segmento da construção.
No setor de construção, em 2016, observa-se que 54,07% das empresas, aquelas compostas de 1 a 4 pessoas, ocupavam 9,31% da mão de obra do segmento; as empresas formadas por 5 a 29 pessoas, que representam 37,16% do total, são responsáveis por 24,16% das pessoas ocupadas no segmento; as empresas com mais de 30 pessoas trabalhando diretamente em suas atividades são compostas por 66,54% da mão de obra total da construção, ainda que representem tão somente 8,77% do total das empresas do setor. O salário médio na construção civil brasileira em 2016 era de R$ 2.235.16, nas obras de infraestrutura está a maior média salarial do segmento R$ 2.891,19, chegando a R$ 3.038,38 em atividades mais complexas deste setor, como a construção de rodovias, ferrovias, obras de infraestrutura urbana e obras de arte especiais, que foi onde houve também o maior índice de aumento de salário médio, que chegou a 58,41% entre 2007 e 2016.
A Região Sudeste concentra a maior parte das empresas da construção civil no país, 48,82%, ocupando ainda mais da metade da mão de obra do setor, cerca de 51,72%. As receitas obtidas com incorporações, obras e serviços da construção também são mais concentradas na Região Sudeste, que participa com 56,97% da receita total do segmento, como demonstrado no gráfico abaixo.
Todavia, de acordo com dados da PAIC (IBGE, 2018) a Região Nordeste é a que tem registrado maior incremento entre 2007 e 2016 na participação de pessoal ocupado e receitas obtidas, que passaram, respectivamente, de 19,5% para 21,4% e 15,7% para 19,2%. A Região Sudeste, entretanto, no que se refere à participação no setor, ainda que seja a maior entre as regiões, teve decréscimo tanto em relação ao pessoal ocupado, que decresceu de 52,4% em 2007 para 48,0% em 2016; quanto em suas receitas que diminuíram de 56,2% para 51,1%.
No âmbito regional, a Região Centro Oeste foi a que mais cresceu em números de empresas da construção com mais de cinco integrantes entre 2007 e 2016, aumentando 121,68% no período. Na Região Centro Oeste, o estado de maior crescimento foi Mato Grosso, 182,86% nesta categoria. Neste contexto ainda, o Ceará foi o estado que apresentou o maior crescimento, alcançando 195,45% entre 2007 e 2016.
A Pesquisa Anual da Construção Civil divide o setor em sete agrupamentos: Obras Residenciais; Edificações Industriais, Comerciais e Outras não Residenciais; Construção de Rodovias, Ferrovias, Obras Urbanas e Obras de Arte Especiais; Obras de Infraestrutura para Energia Elétrica. Telecomunicações, Água e Esgoto, Transporte por Dutos; Outras Obras de Infraestrutura; Serviços Especializados para Construção.
As obras residenciais lideram o aumento de participação no setor da construção entre 2007 e 2016, com um incremento de 76,82%. A construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais tiveram sua participação reduzida em 14,02%.
As obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água e esgoto, reduziram 26,92% entre 2007 e 2016; neste período, os serviços especializados aumentaram em 14,19% sua participação no setor, enquanto a participação das edificações industriais e comerciais foram reduzidas em 23,08%.