STARTUPS NO AGRONEGÓCIO.

Atualmente há uma definição unânime, entre os especialistas no ramo, para se conceituar uma startup: “é um grupo de pessoas que se reúnem em uma organização empresarial, em busca de um modelo de negócios cujo produto seja repetível e escalável, realizando este trabalho inicial dentro de um ambiente de incerteza extrema. Neste sentido, ser repetível representa a capacidade de produzir o mesmo produto de maneira contínua e em escala ilimitada em termos potenciais. Ser escalável é a possibilidade de crescimento cada vez maior, sem, entretanto, perder o modelo de negócio. Neste modelo o crescimento da renda supera o dos custos, gerando lucro e riqueza.
Este modelo empresarial já chegou ao agronegócio, trazendo o conceito do desenvolvimento de inovações tecnológicas. De acordo com estudos da Fundacity, plataforma especializada em aplicações de capital, todos os segmentos do agronegócio, especialmente as biotecnologias e as tecnologias verdes, que se encontram entre os dez primeiros setores com maiores chances de atrair capital.
No agronegócio as startups podem ser desde uma empresa de intermediação à até uma empresa de desenvolvimento tecnológico de produtos utilizados no campo ou na agroindústria.
O interior de São Paulo tem sido profícuo em sediar startups do segmento agro, mormente as de pequeno e médio porte. As startups são geralmente associadas às capitais, todavia, as startups do setor do agronegócio possuem características diferenciadas que fazem com que busquem o interior paulista. De acordo com um estudo da Endeavor, que é uma renomada instituição direcionada ao empreendedorismo, hoje, na região de Campinas, São Carlos Botucatu e Piracicaba há cerca de 3.000 empresas da cadeia do agro, um aumento de 200% em relação à 2009. Esta região paulista tem destaque e excelência na pesquisa das ciências agrárias e de biotecnologia, atraindo empresas que inovem tecnologicamente no setor.  Neste segmento, os negócios com alto potencial de crescimento têm efetivamente a pesquisa como vetor para seu início e, neste sentido, as universidades locais possuem tradição em pesquisa, desde 2011 já foram produzidos aproximadamente 21.000 artigos científicos em ciências agrárias, em comparação, este número é superior em 25%  às pesquisas realizadas por universidades como Stanford e Berkeley, pilares científicos do Vale do Silício, na Califórnia, famoso por sediar as principais startups do mundo.
Destaca-se que apenas a produção científica em ciências agrárias realizada pela USP – Universidade de São Paulo, de 9.000 artigos, foi superior  em 30% a todas as pesquisas elaboradas por Israel no mesmo período, ressaltando que este país é líder em fertilização de terras áridas e conhecido por sua tecnologia de ponta nesta e em demais áreas.
Uma característica das startups do agronegócio, chamadas de agrotechs, é a inovação tecnológica para o atendimento de uma demanda específica. Outra característica relevante é a diversidade de negócios dentro do ambiente agrotech, são softwares, drones, computação em nuvem, produtos biotecnológicos, entre outros. O rastreamento também faz parte deste contexto, bem como a agricultura de precisão, o monitoramento de água, energia, fertilidade do solo, pragas e variáveis ambientais.

Empresas de grande porte, como a Basf e a Monsanto estão investindo em agrotechs, a primeira criou o programa AgroStart, que financia projetos de inovação tecnológica e transfere sua expertise no agronegócio; a segunda ingressou em um fundo de investimentos, a BR startups.

SAFRA BRASILEIRA DE GRÃOS 2019

Fonte de dados: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística / LSPA – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola  / Janeiro de ...