BIG DATA, a ciência dos dados, é a denominação que se dá ao conjunto das atividades de processo, análise e interpretação de um grande e complexo volume de informações (dados). É a Era em que vivemos. Com a criação do novo sistema de Protocolo de Internet (IPv6) há dois anos é possível individualizar qualquer objeto, produto, animal, propriedade, geladeiras, carros, etc, adicionando-os à internet, podendo ser localizados, monitorados, acionados e desligados por comandos remotos.
Este volume de dados de crescimento exponencial possibilita a geração, busca, armazenamento, mensuração, tratamento e transformação destas informações em conhecimento específico, que pode ser utilizado para o mapeamento e análise de tendências, a identificação de padrões e a previsão de comportamentos nas mais diversas áreas: de moda ao desgaste dos equipamentos de um avião, do trânsito nas cidades à umidade de determinada parcela de solo de uma propriedade rural.
Em especial, na agricultura, pode-se, por exemplo, a partir das imagens obtidas por um VANT – Veículo Aéreo não Tripulado, saber que talhão deverá ser irrigado ou colhido, qual a intensidade do ataque de uma praga ou doença, onde há necessidade de adubação, quais os pontos que já podem ser colhidos, entre diversas outras possibilidades. Na pecuária é possível localizar animais doentes, machucados ou desgarrados. Na silvicultura e extração florestal se consegue detectar árvores atingidas por raios, ataques de formigas, desmatamento clandestino, condições de colheita.
Com o avanço tecnológico dos sensores eletrônicos e dos sistemas de armazenamento e cruzamento de dados dos computadores o produtor ampliou substancialmente sua capacidade de reunir informações e utilizá-las, de modo cada vez mais detalhado, para aumentar sua eficiência produtiva. Anteriormente à essas tecnologias as avaliações sobre o desenvolvimento da cultura, plantio, aplicação de fertilizantes e defensivos, condições de umidade do solo, entre outras, fundamentava-se em uma média para toda área da propriedade. Atualmente, há o conhecimento de que as características de solo e planta podem variar a cada 10 metros, deste modo, elas são analisadas agora dentro de parcelas cada vez menores da propriedade, gerando a possibilidade de um ganho de eficiência estimado em até 30%, segundo dados da Embrapa.
Estados Unidos e Alemanha são os países que mais utilizam estas tecnologias hoje; nos EUA, 60% das lavouras já fazem uso destes recursos tecnológicos, que requerem eficiência na rede de telecomunicações, o que impede sua ampliação no Brasil, em função da má qualidade ou inexistência de sinal de celulares no campo e do alto valor no país da comunicação via satélite. Mais uma vez, o Brasil apresenta obstáculos ao seu desenvolvimento por falta de infraestrutura, o que, em um país onde a produção agropecuária é uma das maiores do mundo, é uma situação que deverá ser revista imediatamente, especialmente privatizando –a, de modo a alcançar qualidade, eficácia e eficiência.